Uma espécie de acordo secreto e inconsciente faz parecer amor o que é momentânea ou duradoura troca de necessidades. As carências são tantas e tão grandes, que o atendimento a elas ou a possibilidade de advir proteção ou aceitação, surgem disfarçados de amor. Mas amor não é. É troca de necessidades.
A água de uma fonte existe a despeito da sede de quem vai bebê-la, ou sôfrego, a ela se atira. A água existe; é; flui. É dádiva e entrega. Sempre. Já a sede é uma necessidade que valoriza a água, é certo, porém, água não é, pois não a cria. A água existe a despeito da sede.
Assim, o amor. Quando existe, é aquém e além da sede (necessidade) de quem o procura. Existe porque brota e vive, inexplicável, mas puro e fluido como a fonte. Ele flui. Ele independe da necessidade alheia. Amor não está. Amor é.
Isso de necessidade é tão complexo, que pode ser, até, necessidade de sentir ou receber amor, o que é uma preliminar do amor, porém amor não é. A necessidade de sentir amor e de sentir-se amado por vezes confunde-se com o amor e em seu nome é exercida.
Passada a necessidade, emerge o que cada um é. Descobre-se então, quase sempre com dor, que o sentimento unificador foi fome, sede, atração, cansaço, medo, gratidão, esperança, ambição, amizade, solução de problemas, espírito de aventura, travessura, ânsia de sair de casa, variáveis importantes, necessidades verdadeiras, gritantes e válidas, porém, não AMOR. Amor é o que mitigado, não desaparece, aumenta.
Durante a vigência de um sentimento, saber se é amor ou clamor de alguma necessidade é um enigma de difícil elucidação.
A diferença é sutil, mas perceptível: não se sabe quando é necessidade, porém quando é amor sabe-se sempre. O amor pré-existe, post-existe, sub-existe e sobre- existe a todas as provas que com ele fazemos. Resiste até a nossa incapacidade de alimentá-lo com carinho e atenção, seus alimentos. Já a necessidade é bem menos doadora. Uma vez satisfeita, acaba. Se insatisfeita, reclama, esperneia, briga, porém, logo desiste.
Só as raras pessoa maduras sabem fazer conviver amor e necessidade como importantes paralelas do enigma do querer bem."
Extraído do livro " do amor - ensaio de enigma ", Artur da Távola.
Foto: Luiz Malvino
Bom fim de semana para todos nós!
Bjos, :*) :*) :*)
9 comentários:
O texto é lindo mas a foto, noooooooooooooossa, que maravilha.Fiquei parada olhando e curtindo!Delícia e já morro novamente de saudades do mar. beijos,chica e lindo fds!
Para você também Norma, daqui a pouco vou ver o meu pedaço de mar.
Beijos
Oi, guria linda!
Que texto especial escolheste! Sim, o amor é inconfundível. Ele é tudo!
Amiga, queria passear agora a seu lado neste lugar da imagem do Luiz. Andar pé descalço e olhar as montanhas desenhadas... E esse mar!
Abraço, amiga! E obrigada por todas as palavras amáveis lá no castelo.
Tenha um final de semana muito feliz! Beijo!
Realmente, o texto é lindo e a foto não lhe fica atrás. Tudo muito bonito e pleno de conteúdo para esmiuçar. Afinal não sou só eu que trata o teu marido por Luiz. A Ilaine já se juntou a mim, eh eh. Beijinhos.
Oii Norma, orbigada pela visita. Que linda imagem, um paraiso. Beijoos
oi Norma
Que texto profundo e forte!!!!!!!
amiga, a imagem é do paraíso..rs
Lindo findi pra vc...
e bjo no seu coração de ouro!!!!!
Faço coro com você: bom final de semana para todos nós!
Que lugar lindo é esse?!?!?!?!?
Que bom ler Artur da Távola, principalmente em uma manhã linda como a de hoje.
Quando morava no Brasil lia muito os textos dele. Um homem abençoado.
Obrigada por esse chance de ler esse texto.
Desejo a você e Malvino mais um final de semana abençoado e lindo.
Este texto "caiu" muito bem no meu momento, se me permite, vou publicá-lo no meu blog, pois explica... define um momento importante para mim. Beijos
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